sábado, 31 de maio de 2014

Pampa: Um bioma ameaçado

O método de agressão mais discutido é a monocultura da celulose. O plantio de árvores exóticas causa grande impacto na biodiversidade pampeana.

A bela paisagem dos campos sulinos está sob grande ameaça. Segundo estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a pedido do Ministério do Meio Ambiente, atualmente, dos 40% da área de vegetação original restante, menos de 1% está localizado em reservas. 

O método de agressão mais discutido é a monocultura da celulose. O plantio de árvores exóticas causa grande impacto na biodiversidade pampeana. O jornalista ambiental Victor Bachetta enumera alguns dos diversos efeitos ambientais causados pela silvicultura. “A compactação e impermeabilização do solo são conseqüências do plantio excessivo do eucalipto. O esgotamento da água também é efeito dessa cultura, já que cada árvore consome 30l de água por dia”. Além disso, a fauna é afetada pelas grandes plantações de árvores exóticas. “Os animais perdem seu habitat, que é o campo aberto com suas peculiaridades. Ainda tem o problema das pragas que surgem com a implantação de elementos não-originais do bioma”, explica o jornalista. 

Bachetta palestra em favor da mesma causa que muitos gaúchos, mas sua língua é espanhola. O jornalista especializado em meio ambiente é uruguaio e explica que a llanura pampiana na Banda Oriental também sofre com a monocultura da celulose. “A economia ganadera uruguaia sofre com isso também. A pecuária é afetada, visto que entre as árvores plantadas não nasce o pasto nativo que serve de alimento ao gado. A produção de leite está seriamente afetada. O número de produtores de leite caiu 15% entre os anos de 2005 e 2009”, relata Bachetta. Victor explica que os latifúndios uruguaios estão sendo comprados por empresas estrangeiras em larga escala, para a produção do eucalipto. “A legislação original, montada na década de 80, previa que apenas áreas impróprias para outras culturas e para a pecuária seriam usadas na silvicultura. Porém, os grupos que compram as terras buscam as áreas mais férteis. Outra questão: no primeiro acordo, constava que apenas 50.000 hectares seriam utilizados no plantio e hoje essa área chega a 949.000h”.

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