domingo, 21 de setembro de 2014

Projeto gaúcho preserva aves ameaçadas de extinção


A Universidade de Passo Fundo (UPF) e a Associação dos Amigos do Meio Ambiente realizam projeto para a preservação do papagaio-charão e do de-peito-roxo. As duas espécies estão mundialmente ameaçadas de extinção. “Ambas se reproduzem uma vez por ano, utilizando estritamente ocos de árvores. Como não fazem o oco, aproveitam os naturais das plantas, o que acabou diminuindo a oferta em função do desmatamento”, lamenta o pesquisador do projeto Charão, Roberto Tomasi Júnior. Segundo ele, nesta época os papagaios procuram lugares para colocar ovos e criar os filhotes. 

Os pesquisadores iniciaram as buscas no Norte do Estado, por locais onde as espécies estejam se reproduzindo, com o objetivo de estudar o comportamento e também a instalação de caixas-ninho. “Elas aumentam a oferta de ocos das árvores na reprodução das espécies, crescendo com isso às chances de reprodução e dos indivíduos na natureza”, explica. Os animais também estão sendo monitorados por meio de radiotelemetria, que verifica os deslocamentos, embasando medidas para a conservação. 

Conforme a pesquisadora Gabriela Elisa Dal Pizzol, é importante instalar caixas-ninho para aumentar os locais disponíveis onde os papagaios possam fazer a postura dos ovos, uma vez que há diminuição da oferta de árvores com ocos na região. “Pedimos encarecidamente para que as pessoas não comprem papagaios para pôr em gaiolas. Estamos lutando para que cresça o número de indivíduos”, afirma. 

Segundo o professor da UPF, Jaime Martinez, o papagaio-charão pode ser encontrado em Santana da Boa Vista, Caçapava do Sul, Santa Maria, Passo Fundo, Carazinho, Bom Jesus, São José dos Ausentes e Salto do Jacuí. Lembra que os animais não iam até Santa Catarina até os anos 1980. “O Rio Grande do Sul seguia cortando araucárias e, com isso, não havia alimento para o bando. Nessa época, o papagaio-charão havia praticamente desaparecido do Estado e tivemos a alegria de ver que tinham encontrado nova região em São Joaquim e Urupema, onde passam o inverno.” O projeto tem apoios como da Tropical Forest Conservation Act e de proprietários locais.




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